Cancelado

Esta é, provavelmente, a palavra mais frustrante que se pode ler quando se olha para um ecrã no aeroporto às 6 horas da manhã: CANCELADO!!!


Mas foi mesmo isso que me aconteceu. Cheguei ao aeroporto às 6h da matina e reparei que estava muita gente na fila do balcão da Lufthansa. Pensei: "Como apuramento de Portugal para os quartos de final há montes de pessoal a querer reservar passagem para ir ver a nossa selecção a bater a Inglaterra". Continuei até ao check-in e a fila estava vazia. Pensei: "Lindo, toda a gente veio mais cedo e despacho-me já num instante". Depois, acordei para a realidade e vi que o meu avião não iria partir...fui para a fila da Lufthansa e esperei mais de 3 horas até me conseguirem arranjar uma forma de chegar ainda nesse dia ao Egipto.

Como a única forma possível passava por vir por Munique (em vez de Frankfurt) sempre aproveitei para conhecer um novo aeroporto. Ao sair do avião estava a Itália a ser beneficiada daquele penalty escandaloso. Foi pena, perdi a oportunidade de ver mais meia hora de futebol mas ainda deu para sentir um pouco o ambiente de Mundial que se vive na Alemanha.


Depois lá consegui apanhar o avião para o Cairo. Cheguei às 2h da manhã (era suposto ter sido às 5h da tarde) onde ainda me esperavam as 3 horas dolorosas de carro até casa. No total, foram20h desde que saí da minha casa em Lisboa até ao meu apartamento em Alexandria...

Miami Heat - NBA Champions 2006

Pois é, contra todas as previsões, os Miami Heat sagraram-se os novos campeões da NBA. Foi, sem dúvida, uma final digna desse nome, com jogos bem disputados, reviravoltas inesperadas e jogadores a darem o melhor se si mesmos a cada segundo.

Devem estar a pensar: "E o que tem isto a haver com o País das Múmias?" A resposta é que eu fiz o "sacrifício" de acompanhar 3 dos 6 jogos desta Final. Sempre fui um fã incondicional destas duas equipas (Miami e Dallas) e, estando ambas a decidir o título de 2006, não poderia perder os desafios. O problema é que se em Portugal os jogos da NBA já começam tarde (estas Finais foram sempre às 2h da manhã), aqui no Egipto ainda se somam mais 2 horinhas...ou seja, às 4h da matina lá estava eu em frente à TV a fazer um esforço tremendo para me manter de pestana aberta. E como os jogos são rápidos (entre 3 a 3 horas e meia) quando acabava, tomava o meu banho e vinha trabalhar...

Feliz ou infelizmente o campeonato acabou hoje! Felizmente pois a partir de agora já não preciso de acordar de noite, nem de chegar tão cedo ao trabalho. Infelizmente pois acabou a época e já não tenho mais jogos daquele nível para acompanhar.

Gostava ainda de realçar um facto: na NBA jogam-se 82 jogos na época regular (dura cerca de 6 meses) e mais os jogos de playoff (para um equipa que chega à Final disputará cerca de 20), sempre a um ritmo elevado e com viagens constantes entre a costa Este e Oeste dos EUA...e nunca ouvi nenhum jogador queixar-se do cansaço! Na Europa, especialmente no futebol, quando jogam 2 vezes por semana já é uma desculpa para os maus resultados pois os jogadores são sujeitos a um grande desgaste físico...

Infelizmente nunca tive a oportunidade de assistir a um jogo da NBA ao vivo (mas ainda espero um dia poder realizar esse desejo) pois, para mim, aquilo sim é uma fábrica de fazer dinheiro e dar espectáculo...algo que, sinceramente, não é comparavável a nada que tenhamos na Europa.

Parabéns aos Heat e especialmente aquele jovem, que é bem capaz de ser o sucessor do grande MJ, de seu nome Dwyane Wade. Fez uma Final...Fantássssstica!!!

Dia de Portugal - 10 ou 8 de Junho?

Já vai um pouco tarde, mas face ao muito trabalho que tenho dito, nomeadamente a ver os jogos do Mundial, nem deixei aqui a minha mensagem sobre o Dia de Portugal e das Comunidades Portugueses e de mais não sei o quê.

Não é que o dia me diga grande coisa. Acho mesmo que a maioria dos portugueses concorda comigo e, na verdade, o que interessa é mesmo o feriado, especialmente para os lisboetas que nessa semana ainda gozam do feriado de Santo António e depois do 15 de Junho.

Não sei se o Sr. Embaixador de Portugal no Egipto é lisboeta ou não, mas acho que ele concordará comigo...senão vejamos. A teoria do Dia de Portugal ser comemorado a 10 de Junho (independentemente do dia da semana) tem muito que se lhe diga. Este ano calhou a um Sábado, uma chatice do caraças pois não dá para ter um fim de semana comprido, nem sequer uma pontezinha...

Como tal, o dito Sr. Embaixador não vai de modas e marca a comemoração do mesmo para dia 8, uma quinta-feira. Recebi o convite, não em meu nome, mas em nome do português que estava no meu lugar (entretanto eu já sou a 2ª pessoa a substitui-lo, mas isso não interessa nada) e lá fui eu para o Cairo, mais especificamente para o Hotel Merriot no bairro de Zamalek.

Este convívio, que eu pensava ser entre a comunidade portuguesa a residir no Egipto, afinal de contas não passava de mais um convívio entre embaixadores e pessoal das embaixadas espalhadas pelo país. O dito Sr. Embaixador encontrava-se na porta, cumprimentava o pessoal todo (ele não devia conhecer metade...pelo menos dos portugueses, pois eu entrei umas 3 vezes e em todas tive direito a um bacalhau e saudação de boas-vindas) e lá dentro era capaz de haver alguns tugas (eu localizei, pelo menos, o grande Manuel José e o resto do pessoal da Cimpor) mas as línguas mais faladas eram sem dúvida o árabe e inglês.

Foi daquelas situações em que pensei: realmente se eu vivesse aqui no Cairo isto até nem era mau pois ainda aproveitava para comer uns petiscos de borla e beber uma vinho tuga, mas para alguém que tem de fazer mais de 200 kms para ir e outros 200 para voltar...foi uma seca do caraças!!!

Valeu que o dia foi bem aproveitado e como parti logo de manhã ainda deu para ir aos escritórios da KPMG para mais uma reunião com os nossos consultores, passar num banco para negociar umas taxas de juro e ainda visitar umas empresas para outros negócios mais confidenciais.

Quanto ao dia de Portugal...foi no sábado (dia 10) e já nem me lembro o que fiz nesse dia! Provavelmente fui até à praia e vi uns jogos do Mundial!!!

O código de Da Vinci - Censura ou hiprocrisia?

Acabei de ler esta notícia no jornal brasileiro da Globo. Face a todo o impacto que este livro (e mesmo o filme) teve em Portugal e no mundo achei interessante partilhar a mesma com vocês.

Não consigo distinguir se é apenas uma questão de censura ou se é mesmo a hiprocrisia a falar mais alto...mas é, de certeza, algo que me custa a entender na perfeição.

"O ministro da Cultura do Egito disse ao Parlamento nesta terça-feira que as autoridades vão confiscar cópias do best-seller "O código Da Vinci" e proibir a exibição do filme baseado no livro em todo o território nacional.

Aplaudido por deputados do Parlamento, o ministro Farouk Hosni disse:

- Proibimos qualquer livro que insulte qualquer religião. Vamos confiscar este livro.
O Parlamento discutia o livro e o filme, atendendo a pedidos de vários parlamentares cristãos coptas, que pediram a proibição da obra. A deputada copta Georgette Sobhi mostrou um exemplar do livro e de sua tradução árabe e disse que o livro contém materiais que constituem em ofensas.

- O livro é baseado em mitos sionistas e contém insultos a Cristo. Ele insulta a religião cristã e o Islã - disse ela.

Uma parte central da trama fictícia de "O código Da Vinci" diz que Cristo se casou com Maria Madalena e que os descendentes dos dois continuam vivos hoje.

Hussein Ibrahim, vice-líder do bloco da Irmandade Muçulmana no Parlamento, disse que, assim como a Irmandade se opôs às caricaturas dinamarquesas do profeta Maomé, ela vai se opor a qualquer insulto a Jesus Cristo.

A notícia da decisão do governo provocou preocupação em outros setores. Um ativista dos direitos humanos qualificou a decisão de perigosa e disse que ela representa a continuidade das agressões liberdade de expressão.

Hafez Abu Saeda, secretário-geral da Organização Egípcia de Direitos Humanos, disse:
- Isto viola a liberdade de pensamento e religião. Isto (o livro)é ficção, arte, e deve ser visto como tal.

Saeda disse que o livro vendeu bem em muitos países de maioria cristã, onde não enfrentou chamados por sua proibição. Para ele, os deputados deveriam ter consciência de que a proibição não vai funcionar, pois milhares de egípcios já possuem exemplares do livro, que também pode ser descarregado da Internet.

Shahira Fathy, gerente da livraria Diwan, no Cairo, disse que o livro é um dos mais vendidos em sua loja desde que saiu, em 2003.

- É uma pena, muitas pessoas se interessam pelo tema - disse ela, acrescentando que outros livros sobre o mesmo tema também têm vendido bem."

http://oglobo.globo.com/online/cultura/plantao/2006/06/13/284251905.asp