Santo António

Desculpem escrever este post a interromper a descrição da minha viagem, mas não podia mesmo deixar passar o dia de hoje em claro.

É que se há noite em que Lisboa é realmente uma festa, essa é a noite de Santo António, na passagem do 12 para 13 de Junho.

Esquecendo aquela parte das Marchas Populares a desfilarem na Avenida da Liberdade que, sinceramente, não me diz muito, mas que compreendo que seja ainda algo importante para muitos lisboetas, o que para mim interessa é aquela marcação de encontro com os amigos no rossio por volta das 18h e a subida até ao castelo de São Jorge com paragem nas tasquinhas para beber o copinho de sangria e comer a sardinha no pão.

Este ano, tal como já me aconteceu infelizmente nos 2 últimos anos, o meu Sto. António foi passado bem longe de Lisboa. Mesmo assim, fiz os possíveis para fazer alguma coisa que me pudesse fazer lembrar a noite lisboeta. Assim, toca de comprar umas sardinhas (congeladas) e vindas directamente do Yémen, por a grelhar em casa e comer isso com pão!!! A sobremesa ainda foi uma melancia fresquinha está feito!

Depois foi sentar-me em frente da TV e ver aquelas rimas brutais debitadas pela Merche Romero, Malato e especialmente o grande Júlio Isidro!

Vale dos Reis

O meu segundo dia de viagem pelo Sul do Egipto começou bem cedo e às 7h da matina já estava no famoso Vale dos Reis.

Neste vale já foram descobertas até hoje 62 sepulturas de faraós da antiguidade. A última descoberta foi a do túmulo de Tutankhamon, por parte de historiador inglês ao fim de mais de 3 anos de investigações. Esta descoberta foi pedida por um milionário estrangeiro e apenas aconteceu no momento em que este milionário, cansado de investir a sua fortuna nesta investigação, decidiu mandar o historiador de volta a casa. Este, ao arrumar a sua bela trouxa, descobriu finalmente o túmulo que tanto procurava. A explicação para a descoberta ter ocorrido mesmo no términos da sua investigação é simples: ele estava "alojado" mesmo por cima do túmulo...logo, se não tivesse saído dali, bem poderia lá passar o resto da sua vida que jamais descobriria o que quer que fosse.

O engraçado deste vale é que há várias décadas que muitos historiadores tentam descobrir mais e mais túmulos. Já foram vários que após várias descobertas dizem que de certeza que não haverá mais nenhum túmulo nesta área. Mas a verdade, é que anos mais tarde acaba por aparecer sempre alguém que os desmente e faz mais umas descobertas histórias. Como tal, não é de admirar que nos próximos anos venhamos a ter notícias de mais uns "buracos" da antiguidade escavados nesta zona...

Uma questão me levantava dúvidas: porque razão todos os faraós construíam os seus túmulos na mesma área, se a sua ideia era estes serem construídos num local escondido e de muito difícil acesso para não serem alvo de saques? Segundo o guia que nos acompanhou, esta foi a zona escolhida por o topo deste conjunto de pequenas montanhas ter a forma de uma pirâmide (vejam na foto abaixo), e também por ao contrário do normal em que quando entramos dentro das rochas a temperatura começa a baixar de forma considerável, este tipo de rocha manter sempre uma temperatura bastante quente o que permitia a conservação dos túmulos por muitos e longos anos.

Não tenho fotos dos túmulos, já que é algo expressamente proibido, mas digo-vos que é realmente impressionante a forma como aqueles que visitei mantêm as cores e os desenhos praticamente intactos nas suas paredes.

Templo de Luxor

Ainda no mesmo dia que visitei o Templo de Karnak, efectuei também a visita ao Templo de Luxor já que a distância que separa os dois templos não será mais do que uns 5 kms em linha recta. Já agora diga-se que em Karnak habitava o Deus e Luxor era o local da Deusa. Quando o Deus queria visitar a Deusa era transportado de forma pomposa entre os 2 templos. Este facto acontecia durante duas semanas por ano...o Deus lá teria as suas razões, digo eu!

Este templo, situado bem no centro da cidade de Luxor é bem mais pequeno, e como tal, mais coerente que o de Karnak (Luxor foi construído por apenas 2 faraós...Karnak por 14).

Destaca-se pelas suas estátuas colossais colocadas logo na entrada, pelo seu pátio com uma colunata e pelo impressionante pórtico com obeliscos...obeliscos que é como quem diz "pelo obelisco". Na verdade, aquele famoso obelisco que toda a gente conhece e que está em Paris em plena Place de la Concorde foi oferecido ao rei Luis Filipe, tendo sido retirado deste templo.

Confirmem na foto abaixo e que, como disse em 1850 Gustave Flaubert, "Como deve estar aborrecido na Place de Concorde, empoleirado no seu pedestal e longe do seu gémeo! Como deve sentir saudades do Nilo..."